terça-feira, 6 de abril de 2010

Deixa eu dizer

Quero falar sobre dois sentimentos. Assim, abertamente. Claramente. Sem muitas delongas, ou sem procurar palavras. As palavras nesse momento me encontram. Em qual estado? Arrependido, eu diria.
E que raio de sentimento desgraçado é esse tal de arrependimento, que faz a gente remoer coisas passadas, ditas, não ditas, pensadas, faladas, demonstradas, caladas, expressas das mais diversas formas, válidas e inválidas, burras e poéticas?
Qual é o pior dos arrepedimentos? Aquele sobre algo que fizemos ou sobre algo que deixamos de fazer? Qual é o pior dos arrependimentos? Arrependimento físico ou arrependimento sentimental? Qual é o pior dos arrependimentos? Seria o arrependimento amoroso? Abraços, beijos, conversas bobinhas que duram horas... coisas belas que duram a eternidade de dois dias, duas semanas ou dois meses. E depois você, com aquela cara falsa e orgulhosa, olha tudo, como se tudo aquilo fosse restos de alguma coisa inútil, e diz se arrepender por se envolver. E se quer saber está completamente certo!
E a culpa é o amor, esse sentimento dispendioso pelo qual passamos toda a nossa curta vida corredendo atrás e fugindo, chorando e sorrindo, sendo transparentes e mentindo.
Tenho algumas teorias sobre o amor. Mas não gastarei meu tempo falando elas. Quero dizer apenas que enquanto estava ocupado comigo mesmo e meus pensamentos reflexivos, pensei que o amor é como um cachorro. No começo é maravilhoso e você acha lindo. Ao passo que vai crescendo, você vai tendo alguns desgostos, se irritando algumas vezes, inclusive. Mas depois se apega de tal forma, que quando morre, você sente uma tristeza e um vazio profundo, mesmo achando que se trata de uma coisa tão pequena e de pouco significado em sua vida. Mesmo sabendo que amanhã você encontrará outro, e que o vazio será preenchido. Mas vazios assim nunca são preenchidos.
Quero dizer que neste exato momento estou triste e sentindo um vazio muito grande por causa da saudade dos meus cachorros que já morreram.




Andinho