Relações amorosas são fadadas ao fracasso. Uma em um milhão
sobrevivem, e por serem a minoria, compõe o seleto clã do final feliz dum conto
trágico e ilógico.
Se fosse uma teoria, diria que pessoas são números opostos
que tanto se repelem quanto se atraem, e que o x da questão está oculto numa
equação irracional, cujo resultado exato e preciso é praticamente impossível de
ser descoberto.
O amor é uma física desconexa, uma química incoerente e uma
matemática sem sentido.
Se fosse uma teoria, se assim se apresentasse, claramente, evidentemente,
seria muito mais fácil tentar estabelecer uma conexão chave e um resultado
ideal, sabendo que haveria ali, no final de todas as contas, um conto... feliz!
Mas do contrário, relações amorosas são fadadas ao fracasso
continuo, ininterrupto e frustrante.
Eu que nunca gostei de fazer contas, calculo agora nossas consequências
juvenis. Eu que nunca gostei de ser brega, escuto música de coreto embalada por
metais. Porque eu que não subo ao palanque dessa boba insensatez, que duvido do
profano, que taxo tudo como vão engano, me vejo envolto várias vezes nesses mesmos
números todos, e por vezes me pego discorrendo sobre essa mesma equação. Porque
eu também sou inexato.
Andinho