terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

There she stood in the doorway

Se eu entrasse por uma porta que me levasse diretamente a um hotel na Califórnia, poderia romper a barreira que me separa dispendiosamente das suas palavras sem sentido. E como um bem-aventurado bem-vindo, poderia, quem sabe, revelar o inóspito paraíso que você procura entre folhas de livros que parecem não ter fim.
Em nossas madrugadas quentes ou frias, trocaria todas as palavras e pensamentos dispersos por solos intermináveis de canções que penetram o âmago da sua natureza.
A sua natureza te convém. Como seu sorriso puramente casual, ou sua face que se cala diante de negatividades que por instantes parecem levá-la a um refúgio que não compreendo. Eu não sei se seus textos te prendem ou te libertam, se te arrastam pelo vale das sombras, ou se são asas angelicais que te fazem voar por um pacífico céu de baunilha. Mas são neles que eventualmente te encontro, nestes grilhões de chocolate que às vezes tornam amargo a sua doçura.
E você é várias, e ao mesmo tempo única, como de fato se espera da sua contradição (em termos).
Sensual é seu caráter.
Se eu entrasse por uma porta que me levasse diretamente a um hotel na Califórnia, poderia romper a barreira que me separa exclusivamente de você. 





Andinho

Um comentário:

  1. Talvez, se me coubesse o "papel" de estar do outro lado da porta, seria capaz de abrandar a hermeticidade que enleia os pensamentos, amainar o caos da incompreensão que te perturba, ou que te mantém sóbrio longe da minha insensatez e desconexão.
    Talvez eu não seja conveniente por vagar fora de órbita em um mundo isolado onde ninguém pode chegar ou ser capaz de me avistar.
    Talvez eu seja apenas uma ilusão de ótica,ou o reflexo de uma imagem turva de um ser despropositado que sobrevive nos limites da solidão.
    Mas dentre todas as possibilidades e impossibilidades, isso é apenas uma cogitação.


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