segunda-feira, 3 de junho de 2013

Ébrio

Quem dera eu poder beber do cálice dos seus lábios, e no afago do teu perfume me cobrir do véu da tua alma. Cândido e sereno como a essência mais pura que parte de ti e invade meu âmago hostil.
Em outras terras és mais anil, rubro como paixão que desnorteia, virente como a esperança de tê-la para sempre em meus pobres braços trêmulos e vacilantes.
Quem dera me esconder em meus próprios pensamentos esvoaçantes, rasos como corais que embelezam os mares azuis, livres como aves que voam para longe de funestas tempestades.
Pois quero que sejas nuvem que me protege, fogo que me aquece, um refugo de vaidades, de vontades, do intrépido desejo de simplesmente tê-la comigo, não por apenas duas horas, dois dias ou duas semanas, mas até que o tempo se torne ápice da embriagues causada pelo seu doce cálice (que jamais possa se secar).
Seu amor é uma porção de rosas que dentro de mim jamais há de se murchar.





Andinho