sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O meu caso é futurista


Seria como soltar balões coloridos em dias tempestuosos. É curioso como cada coisa dura a eternidade do seu objetivo.
Parece que se esvai duma forma repentina, se parte em quantas partes provavelmente se perderiam em meios quaisquer.
Gosto de sentir o sabor do meu amargo, o gosto do meu desgosto. E tratar noites de inverno como preâmbulos do dia seguinte.
Se eu ensaiasse minha vida ela não sairia tão imperfeita como se propõe que seja. Ao menos minha alma morreria calada nos seus mistérios, presa no encalço da sua própria contradição.
De lá me atiro como se fosse um tiro na minha escuridão. De olhos fechados, em um salto ligeiro sobre o descaso dos que me viram as costas em palanques floridos.
Não quero cantar o terror do meu retrocesso. Quero apenas o que de direito me pertence, sem precisar de grandes reinvidicações ou motins paralelos.
Se seus olhos não encontram minha insatisfação, acho melhor fechar meu espírito e trancafiá-lo em verdes pastos por onde um dia pretendo caminhar.
A esperança seca minha revanche, endurece minha ira e cala meu grito comum. Me faz olhar para amanhã e mais além.
Porque lá fora minha fantástica nave voa sozinha e em silêncio, em tempos claros ou escuros, entre estrelas, cometas e sistemas completos, e assim deve continuar. Sem meu sopro de euforia, sem meu ar agora contido, retido, esperando cada volta ser o recomeço que um dia eu pensei alcançar.




Andinho