quarta-feira, 9 de julho de 2014

30 anos a mil



Dizem que quando estamos próximos de morrer passa um filme de alguns segundos sobre nossa cabeça de toda nossa vida. Engraçado uma vida toda se resumir em apenas alguns segundos. Você vive tantos anos e de repente parece que você viveu nada. Nossa noção de vida se resume a uma breve fração de tempo.
Talvez porque o tempo seja apenas uma ilusão da nossa mente. E de repente você viveu 30 anos mas não notou que envelheceu, que já não é mais uma criança cuidada pela mãe ou um adolescente que falta da escola.
O tempo nos dá tempo suficiente para nos tornarmos jovens velhos ou velhos jovens. E sua noção do que passou está na sua memória. Nas brincadeiras de rua, nos amigos do bairro ou da escola, no primeiro emprego, na primeira namorada, nas pessoas que você ama e que por uma razão ou outra te deixaram. Na vida adolescente. Na vida adulta. Na vida.
E eu simplesmente não sei qual é minha expectativa de vida. Não sei se estou na metade dela, no seu fim, ou apenas no começo. Não sei quando o meu filme vai passar brevemente na minha cabeça. Só sei que cada dia quero fazer novos roteiros, escrever novos diálogos, registrar novas cenas, vivenciar novas emoções. E que cada dia valha a pena. Porque no final das contas, a intensidade não está no tempo que passa, mas no quanto se aproveita. E eu quero 30 anos a mil!






Andinho

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Mais do mesmo



O amor é uma droga lícita. Seu uso te deixa eufórico, sua falta te deprime. Insensato, impreciso, necessário. Um bem mal, ou mal bem. É o algodão doce do parque de diversão e a dose de whisky no bar vazio. É em si só uma contradição. Nos termos de um termo temperamentalmente tempestuoso. Do vento que passa, do tempo que sopra, de todas as variações variantes incalculáveis imagináveis imprescindíveis. O amor não é lógico porque é inexato. Não é legal porque é cafona. Não é eterno porque passa. Mas é presente porque nunca se afasta. E é narcótico porque te deixa dependente, mas não te mata. É a dose que te faz viver. E viver não dói.





Andinho

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Em muitas vezes eu pensei em tentar falar o que eu nem sei de coisas que eu já quis saber



Aqui eu vejo um poço de poesia, uma biblioteca completa de sonetos sem sentido. Poetas, poetisas, revolucionários, corajosos. Dando um tapa na cara da sua própria babaquice.

É tudo mais fácil dizer quando se está longe, ou quando você quer se esconder através de aplicativos fakes e acusações mentirosas. E sempre há quem acredite.

Eu quero voltar paras as minhas origens. Quero sentir o mesmo descompromisso, o mesmo chão sujo e sem tapete, os mesmos acordes desconexos, desafinados, despropositados. Quero o improviso, o simples, o desregrado, o habitual, casual. Quero o tempo que se foi (aquele em que você não existia). E do meu lado eu quero essas mesmas pessoas de ontem, as verdadeiras, as que sempre estiverem e sempre estarão ouvindo comigo os mesmos três acordes de sempre.

Porque essas novas coisas me fazem perder o sentido do que é bom. Essa destemperança, esse aproveitamento sórdido, esse chute e menosprezo que não entendo. Essa falta de figura, de imagem real, que é tão desfigurada como se fosse uma imagem num papel sulfite borrado com um pincel molhado de tinta guache. E se o quadro da tua presença não está mais na parede da minha vida, a culpa é apenas sua (e eu lamento).

Tanta coisa para dizer, mas difícil mesmo é saber que nada do que eu diga fará algum sentido para você. 

Ser insano é acreditar na loucura dos outros. Estou lúcido o suficiente pra resgatar da lixeira o tempo que deixei pra trás. Ali, empoeirado, guardado em caixas de papelão de uma memória futura presente. Presente. Junto com pessoas que realmente deveriam estar do meu lado. Amigos, irmãos, os leais. Separado desses “nãos”,  “talvez”, e tantas outras palavras que apenas realçam sua estupidez autodestrutiva. 

Me arrependo de tudo que não fiz e de nada do que farei. Irreversível é o fim, promissor é o amanhã. Let’s go Regina.





Andinho