quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Eu que não gosto de saxofone



Relações amorosas são fadadas ao fracasso. Uma em um milhão sobrevivem, e por serem a minoria, compõe o seleto clã do final feliz dum conto trágico e ilógico.
Se fosse uma teoria, diria que pessoas são números opostos que tanto se repelem quanto se atraem, e que o x da questão está oculto numa equação irracional, cujo resultado exato e preciso é praticamente impossível de ser descoberto.
O amor é uma física desconexa, uma química incoerente e uma matemática sem sentido.
Se fosse uma teoria, se assim se apresentasse, claramente, evidentemente, seria muito mais fácil tentar estabelecer uma conexão chave e um resultado ideal, sabendo que haveria ali, no final de todas as contas, um conto... feliz!
Mas do contrário, relações amorosas são fadadas ao fracasso continuo, ininterrupto e frustrante.
Eu que nunca gostei de fazer contas, calculo agora nossas consequências juvenis. Eu que nunca gostei de ser brega, escuto música de coreto embalada por metais. Porque eu que não subo ao palanque dessa boba insensatez, que duvido do profano, que taxo tudo como vão engano, me vejo envolto várias vezes nesses mesmos números todos, e por vezes me pego discorrendo sobre essa mesma equação. Porque eu também sou inexato.




Andinho