quinta-feira, 28 de abril de 2011

Paradoxo



Eu tento entender o mistério dos seus gestos complexos quando eu observo o universo pela luneta dos meus sonhos moderados. As estrelas calam minha razão, e uma galáxia longínqua me atira no buraco negro de um ciúme atrasado.
Suas palavras estranhas me fazem viajar em uma nave lunática, e eu sou astronauta da própria incompreensão que habita nosso relacionamento do talvez. Se eu fosse, se eu tivesse, se eu dissesse... Se eu me transformasse em poeira galáctica, e se no tempo eu voltasse, talvez, e nada mais que talvez, talvez, ainda a teria comigo.
Como se você fosse uma maria, e perto de você há ainda outras duas que habitam o céu da minha vida incompleta.
Vocês três me fazem viver numa linha tênue que cria dentro do meu próprio tempo a relatividade de um passado perdido, um presente indeciso e um futuro de probabilidades.
E é bem provável que nessa viagem maluca eu ainda me distraia com uma outra maria, que do alto de um céu um pouco mais distante cria esse paradoxo que me silencia diante de qualquer projeção passada, presente ou futura que eu possa fazer.
Minha vida é mesmo um universo em expansão pronto para ser descoberto. Vocês três, ou vocês quatro, fazem parte do sistema solar que aquece a projeção paralela que traço agora diante de uma tela plana e dentro de uma sala sem energia.
Não sei se estamos seguindo para uma colisão ou se você se tornará o satélite que me fará seguir girando sobre meu próprio eixo. O que sei é que quando te vejo eu simplesmente perco o sentido e saio completamente de órbita.









Andinho