quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Pouco



Pouco são os laços crassos, laços inatos. Laços fartos e correlatos. Poucos são, poucos serão. Poucos perpetuam o terminável. Pouco é estável. Pouco falho, pouco atalho, pouca conexão de amor fraterno. Pouco eterno.
No pouco de muito tudo eu sou assim resumido, contado como gota de chuva nenhuma. Espaço escasso. Meus elos são quebráveis, minha paz é temporária. Sou suicida, homicida da minha própria razão. Sou coração de lata, ou lata de opnião. Sou minha própria contradição. Sou briga comigo mesmo, inimigo interno. Sou meu próprio tutor paterno e me privo do que mais quero. Porque não sou insano nem sou maluco, ou sou normal como um louco. Sou pouco, muito pouco.






Andinho

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Não é você, sou eu



Clichesismo. Paradoxalmente falando, a minha vida é um ciclo repetido de coisas novas. Museu velho. A minha mente palpita pelo absurdo da repetição. Não é você, sou eu. É essa minha cabeça antiga que se afasta do de sempre.
Amo amar a liberdade que me prende. Quero ser livre como um preso e quero estar preso na minha liberdade. Sou eu. Que não sei, que não quero, que não admito, que não aceito, que não sei o que quero admitir aceitando.
Desenhar uma vida que se quer ter, esboçar um rascunho em aquarela. Borrar, rasurar, rasgar, jogar. Minha vida é um quadro sem pendurar e um ensaio que não estreia. É o ter e não ter. Minha vida sou eu, minha vida é você. Minha vida é um paradoxo clichê.







Andinho