Clichesismo. Paradoxalmente falando, a minha vida é um ciclo
repetido de coisas novas. Museu velho. A minha mente palpita pelo absurdo da
repetição. Não é você, sou eu. É essa minha cabeça antiga que se afasta do de
sempre.
Amo amar a liberdade que me prende. Quero ser livre como um
preso e quero estar preso na minha liberdade. Sou eu. Que não sei, que não
quero, que não admito, que não aceito, que não sei o que quero admitir aceitando.
Desenhar uma vida que se quer ter, esboçar um rascunho em
aquarela. Borrar, rasurar, rasgar, jogar. Minha vida é um quadro sem pendurar e
um ensaio que não estreia. É o ter e não ter. Minha vida sou eu, minha vida é
você. Minha vida é um paradoxo clichê.
Andinho